quinta-feira, 26 de junho de 2014

2 em 1: Edição Fresquinha da BJR e chamada para SBPJor 2014


Para felicidade geral dos pesquisadores, jornalistas e dos autores (leia-se: eu, a mais feliz) ;) saiu a nova edição da BJR (Brazilian Journalism Research)! \o/\o/\o/  Visando os "Estudos e discursos do jornalismo" a revista conseguiu reunir pesquisadores da Argentina, Bélgica, Brasil, França e Portugal. 

Pra quem quiser dar uma espiada basta clicar aqui. A revista está disponível em português e inglês.  

Intitulado "A interação usuário x jornal em um site de rede social: indícios de uma mudança", meu artigo trata da relação dos usuários de um site de rede social, o Facebook, e um veículo jornalístico, a Folha de S. Paulo.  Esse artigo começou a ser a ganhar forma durante uma disciplina do doutorado que tratava das metodologias de pesquisa para a Internet. Ministrado pela minha amada orientadora, a profa. Dra. Raquel Recuero, o curso sobre metodologias me apresentou a Teoria Fundamentada (TF) e depois  foi só amor! Sabe quando você conhece um autor ou descobre alguma teoria que te faz sentir abraçado e compreendido??? pois é, esse foi o caso (eu sofro dessas esquisitices). 

"Chulo modo" =), a TF acredita que o pesquisador não deve partir de um corpo teórico dado, mas sim que ele deve ir a campo, começar a analisar seu objeto e, só então, trazer o corpo teórico exigido em função do que fora observado. O MUNDO FAZ SENTIDO OUTRA VEZ! A TF, considerada como uma metodologia em ordem inversa por muitos pesquisadores, me parece a única ordem ordenada, entende? 8S 

Bom, limitando a empolgação vou partir para a segunda boa notícia: a chamada de trabalhos para encontro da SBPJor (Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo) está aberta =))) e, não, não está despendendo muitas Dilmas. Vale dar uma passada no site pra conferir o que o pessoal bacanérrimo da SBPJor está preparando para este ano. 

 # Olha as principais informações ("printeadas"): 


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Resgatando textos antigos: Chalé Rosa


    Eu poderia ter uma mansão com piscina olímpica, ser chefe de uma grande empresa ou mesmo uma mulher admirada por muitos e com uma recheada conta bancária, mas a verdade é que nada disso poderia ser tão grandioso quanto as lembranças daquele chalé rosa de esquina e dos seres mágicos que passaram por lá durante minha infância.
O pequeno castelo dos meus poucos anos de vida não tinha muitos metros quadrados, mas possuía um jardim encantado, cultivado pelas mãos de uma senhora bondosa e iluminada, alguém que meus pais me ensinaram a chamar de “vó”. Àquela pequena grande mulher sempre teve o riso frouxo e mãos de fada que transformavam as fazendas do balaio de palha em vestidos e casacos. Pura mágica para uma criança que tentava seguir seus pontos alinhavando pequenas vestes às bonecas guardadas, cuidadosamente, à terceira gaveta da cristaleira.
Durante todos os dias do ano as portas do chalé permaneciam abertas. Lá de dentro saía um cheirinho de comida capaz de dar inveja aos grandes chefes. Mas o encanto do pequeno reino da minha infância ficava ainda mais luminoso durante o fim de ano. À esta época, o lugar tornava-se acolhida a quem chegasse, eram tios e tias, primos e primas ... todos transitavam pelos cômodos e enchiam o chalé de vida.
Meus grandes heróis (meus pais), me deixavam desbravar todos os cantos do pátio (que parecia imenso ao meu olhar); lá eu construía castelos de areia, piscinas de lama, túneis que imaginava poder me levar a outros mundos. Foi ali, em meio à terra e à sombra do pessegueiro, que aprendi a fazer e compartilhar meus primeiros “bolos de areia”, todos saboreados com minhas primas. Foi naquele pequeno pedaço de chão que catei frutas do pé e que, principalmente, comecei a sonhar e construir meu próprio mundo.
As fronteiras do reino de minha vó sempre tiveram grades baixas, convidativas. A cor rosa passou a ser minha preferida; provavelmente, uma forma de alusão inconsciente àquele recanto familiar. É doce e reconfortante lembrar daqueles anos: o suco de laranja matinal, as histórias que ouvi sentada no degrau da cozinha comendo, despreocupadamente, uma enorme fatia de melancia. Como as frutas pareciam doces na casa da minha avó.
É possível que ninguém tenha percebido o quanto aquelas paredes me eram preciosas. Talvez nenhum dos seres encantados soubesse que eu os guardava como um tesouro. É provável que, até hoje, eles não saibam que um dia foram mágicos aos olhos de alguém que estava aprendendo a dar seus primeiros passos à descoberta do mundo. Seja como for, a verdade é que, mesmo de forma não declarada, terei cada um deles sempre comigo, manterei na minha mente a imagem criada há tantos anos por àquela garotinha.

Mesmo que hoje o chalé rosa não pareça tão grande e que já não haja as esculturas de areia na sua entrada, toda vez que eu voltar naquele lugar e me deparar com minha avó e seus trejeitos, terei a certeza de que ali está o maior e mais belo lugar do mundo. Embora eu já saiba que os seres que ali passam não são mágicos ou encantados, descobri que são bem mais ... eles são minha família, são as pessoas que me ensinaram a amar e a viver de forma digna e majestosa, seja em grandes palácios, seja em um pequeno chalé rosa perdido em alguma esquina de uma cidade do interior.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Morre o surpreendente Eliseo Verón

Morreu hoje, em Buenos Aires, o filósofo e semiólogo Eliseo Verón, 78, em decorrência de um câncer. Esta triste notícia me fez lembrar não apenas dos muitos papers com sua assinatura que compõem minha biblioteca acadêmica, mas principalmente do contato que tive com este ícone  intelectual latino-americano durante o Celacom 2007. 

Na época eu era graduanda do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da UCPel. Como avaliação à disciplina de jornalismo digital (acho eu), a professora Raquel Recuero propôs à minha turma de 7o semestre que nos dividíssemos em grupos e realizássemos a cobertura on-line do Celacom. Essa tarefa foi, certamente, a experiência mais enriquecedora que tive durante os quatro anos do curso de jornalismo. 

Em função do trabalho proposto, produzi algumas matérias, charges e crônicas, entre elas uma que tratava, especificamente, do maior homenageado daquela edição do Celacom, Eliseo Verón. Lembro que na época fiquei nervosa por não conhecer em profundidade o trabalho do autor, mas me propus a observa-lo durante os três dia de colóquio para compor uma crônica que, ao contrário das muitas matérias já publicadas pelos alunos, não tratava do trabalho intelectual do professor argentino, mas sim de sua surpreendente figura. 

Hoje, presto minha pequena homenagem àquele que veio a se tornar um de meus ícones no universo acadêmico, (re)publicando a crônica escrita em 2007: 


Teoria x Práxis 
(crônica publicada no dia 10/05/2007 durante cobertura do Celacom)

Discreto. Quase invisível. Eliseo Verón perambulou pelos corredores da UCPel durante os três dias do CELACOM 2007. Com ar sereno, quase indiferente, o homenageado do colóquio parecia não notar os olhares curiosos que o seguiam por toda parte.

Rumores de um mau humor congênito surgiram da platéia, a seriedade do pesquisador se tornou um signo que indicava a manutenção de uma distância segura. Mais que isso, a fama de intelectual dos intelectuais tornou o perímetro de sua figura radioativo para aqueles que desconheciam o tal argentino.

Sentado sempre na quinta fileira do auditório central, o homem tão esperado parecia esquecido entre os ouvintes e, assim como eles, escutou atenciosamente sobre Internet, Freire, América Latina, Antônios e formatos.

Mesmo quando o barulho de marteladas e serras invadiu uma das exposições, o olhar de Verón se manteve fixo ao palestrante. Uma concentração quase inabalável, uma expressão quase congelada.

Com sobrancelhas arqueadas e cabelo branco algodão, o renomado homem da comunicação latina causou tremor e algumas horas de nervosismo naqueles que o entrevistaram, mas também garantiu cadeiras lotadas e transmissão ao vivo quando subiu ao palco.

No último dia, na última hora do congresso, ele, o grande homenageado, sentou sozinho frente ao público para falar por si. Depois de uma mesa de Doutores discutindo sua obra, Verón se dirigiu vagarosamente à mesa de explanação.

Sem qualquer falsa modéstia agradeceu aos responsáveis pelo CELACOM e prometeu não se alongar. “Há o jogo de futebol às dez”. Naquele momento, o homem distante e calado que cruzava pela UCPel estava, despretensiosamente, arrancando risos da platéia.

E assim foi. Durante os poucos minutos que ficou sob os holofotes, o grande homenageado se comunicou de forma simples, objetiva e descontraída. Provando que, além de inovador, Verón também é surpreendente.

Ao contrário de alguns Doutores, o argentino falou aos acadêmicos, reduziu seu próprio tempo de verbalização e cativou os expectadores com um discurso horizontal e agradável.

Mais uma vez Eliseo rompeu paradigmas e desconstruiu, através da simplicidade, uma idéia já formada. A imagem dura de Verón mudou no imaginário dos ouvintes após poucos minutos de palestra.


A estrela do CELACOM se manteve apagada até o momento exato de brilhar e, quando o fez, foi aplaudido de pé pelos olhos curiosos que o seguiram durante os três dias de congresso.

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QUEM FOI? Verón formou-se em Filosofia na Universidade de Buenos Aires em 1961, após o que foi aluno de Claude Lévi-Strauss na França, quando estudou no Laboratório de Antropologia Social do College. O argentino se tornou referência da semiótica com sua teoria da "semiose social", que desenvolveu após afastar-se da semiologia saussuriana, a mais aceita até esse momento nos estudos de comunicação social. Após duas décadas de carreira no exterior, retornou ao país em 1995, onde foi catedrático em várias universidades. Além disso, foi docente na Universidade de Buenos Aires, onde sua obra é parte fundamental na disciplina de Ciências da Comunicação, e na Universidade de San Andrés, na qual dirigiu o mestrado em Jornalismo até 2006 (FONTE: site R7).

segunda-feira, 17 de março de 2014

Prêmio José Reis edição 2014


O Prêmio é concedido anualmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) e é destinado às iniciativas que contribuam significativamente para tornar a Ciência, a Tecnologia e a Inovação conhecidas do grande público. É atribuído em sistema de rodízio para três categorias: "Jornalista em Ciência e Tecnologia", "Instituição ou Veículo de Comunicação" e "Pesquisador e Escritor".
Este ano a modalidade é "Jornalista em Ciência e Tecnologia", e vai premiar o profissional que se destacou na difusão da Ciência, da Tecnologia e da Inovação nos meios de comunicação de massa.

O premiado de 2014 receberá o valor de R$ 20 mil, um diploma e passagem aérea e hospedagem para participar da cerimônia de entrega do prêmio na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a ser realizada em julho na Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco.

Divulgação da Ciência - A divulgação científica pela mídia impressa, mais especificamente o jornalismo científico, tem na pessoa de José Reis o seu símbolo mais notável. O CNPq instituiu o prêmio José Reis de Divulgação Científica em 1978. Com as novas mídias, a partir do advento da internet, surgiram novas formas virtuais de divulgação e popularização da ciência para o grande público.
O Prêmio - A sua criação, em 1978, representa uma homenagem ao médico, pesquisador, jornalista e educador, José Reis. Ele nasceu no Rio de Janeiro e morreu em São Paulo, no dia 16 de maio de 2002, aos 94 anos de idade. 
Em 2014, o Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica completa 34 edições com a certeza de ter cumprido com o objetivo pelo qual foi criado, honrando o nome que lhe foi dado ao premiar profissionais de alto nível que contribuem com eficiência para a divulgação do conhecimento científico e tecnológico. 

A diversidade dos vencedores - entre os quais jornalistas, veículos de comunicação, instituições de pesquisa, equipes de programas de televisão, além de pesquisadores e seus trabalhos individuais - comprova a importância do Prêmio ao motivar a criação dos mais diferentes mecanismos de divulgação científica e tecnológica.

Para saber mais acesse  www.premiojosereis.cnpq.br ou envie uma mensagem para pjr@cnpq.br
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do CNPQ

segunda-feira, 10 de março de 2014

Mobilização: Votação do Marco Civil da internet movimenta usuários brasileiros através do Avaaz



O site Avaaz, que abriga e reúne campanhas sociais acerca dos mais variados temas, já mobilizou mais de 100 mil assinaturas à petição em menos de seis horas no ar . A meta dos organizares da campanha é atingir os 200 mil votos nas próximas 48 horas e, dessa forma, pressionar o Congresso Nacional.  


Veja o que diz o texto de apresentação da campanha: 

"Em menos de 48 horas, a Câmara dos Deputados vai votar um novo projeto de lei que poderá declarar o fim da liberdade na rede e diminuir nosso poder de escolha. 

Já nos anos em que fui Ministro da Cultura discutíamos formas de garantir o caráter democrático e aberto da internet – dessa construção coletiva, nasceu o Marco Civil. Mas, agora, o poderoso lobby das empresas de telecomunicações está influenciando nossos políticos para que transformem a internet em uma espécie de TV a cabo, em que se poderia cobrar a mais para podermos assistir a vídeos, ouvir música ou acessar informações. A votação será apertada, mas uma grande mobilização pública pode convencer os deputados de que suas reeleições dependem desse voto! 

As próximas horas são cruciais. Junte-se a mim nesta campanha da Avaaz para criar a maior mobilização já vista por uma internet livre no Brasil. Assine agora e conte para todos. Nós levaremos a voz de todos que assinarem a petição diretamente aos parlamentares.Vamos vencer essa batalha e salvar a internet."


Para quem não está muito por dentro, o site Avaaz está empenhado em reunir assinaturas para pressionar o Congresso Nacional a votar, de forma integral, o Marco Civil da Internet no Brasil. Garantindo que a Rede brasileira preserve, principalmente, o direito à liberdade de expressão e a privacidade dos usuários. 


Não assinou? ainda dá tempo!!!
Clique aqui e assine a petição em nome da manutenção de uma internet livre.

sexta-feira, 7 de março de 2014

#DeAcordoComigo: dia de quem?

Obra da blogueira  Negahamburguer 

Não sou mãe, não sei se desejo ser. Se optar por ter filhos, talvez decida não amamentar. E, certamente, não optarei pelo parto natural.

Também devo dizer que não tenho sonhos românticos, não acredito em príncipes encantados e não gosto de trabalho doméstico. Comédia romântica? Apenas em doses homeopáticas, por favor. 

É fato que não sou muito ligada à “estética”. Não frequento academia, não sou maníaca por cosméticos, não vou ao salão pra fazer unha ou cabelo e, para ser sincera, rosa não é minha cor. Detesto concursos de miss, não gosto de ser tratada como troféu e não aceito que me digam como devo agir ou parecer.  

Não sou a representação da delicadeza ou a encarnação dos bons modos. Frágil? Creio que não. Não sou dependente e meu estado civil representa sempre uma temporária opção. Falo alto e solto palavrão. Como muito mais que a média e não gosto de falar ao telefone.

Rezar não está entre meus hábitos, não falo baixo e não costumo fuxicar. Não faço tricô, não vivo atrás de liquidações e, infelizmente, não sei nenhuma receitinha milagrosa de família para ajudar. Não sei fazer bolo, nem doce, mas poderia aprender.

Fico de mal-humor de repente e não “no período” que esperam. Uso apenas o que me faz bem, não o que parece “adequado” ou o que os outros “desejam”. Também não faço charme e sou muito impaciente com atrasos.

Sou mulher e devo salientar que posso vestir ou desnudar e, ainda assim, sou a única a ter direito sobre meu corpo e nada que eu faça é um aval para alguém me cantar. Sou UMA mulher, e não A SUA ou MAIS UMA. Não sou a imagem que vendem e, muito menos, a caricatura que compram.
[...]
… por tudo isso e mais um pouco que no dia 8 de março faço questão de me unir aquelas que alertam: esta data representa uma luta e não outra desculpa para que a sociedade possa, mais uma vez, nos rotular e sufocar com suas etiquetas que indicam como ser “Mulher”.


“Amanhã será mais um dia em busca de direitos iguais para cada diferente!”