Minha janela enquadra a paisagem móvel do dia-a-dia. Os carros passam sem rastros nem histórias, participam de um momento único, tornam-se pinceladas em uma tela mutante, o retrato efêmero do movimento incessante que orienta a vida que se passa lá fora.
Aqui dentro, tudo que vejo são estantes entulhadas de tudo aquilo que não sei, o relógio na parede marca o tempo já não tenho e as caixas guardam restos de sonhos adiados, de tempos de um passado tão distante que já não pertencem mais a mim. Permaneço assim, imóvel, observando através da transparência, buscando proteção nos milímetros que me separam da fugacidade do que está além.
A travessia entre o cá e o lá pode ser mínima, mas a dor do ato é imensa. É preciso coragem para assumir a própria transitoriedade, a sua pequenez diante da aquarela que te prende e te apaga, do seu tudo que lá não é nada. O que persiste é apenas o movimento que te leva e descolore ... a janela distante se fecha e quando volta a abrir revela uma nova paisagem da qual já não faço mais parte.
Aqui dentro, tudo que vejo são estantes entulhadas de tudo aquilo que não sei, o relógio na parede marca o tempo já não tenho e as caixas guardam restos de sonhos adiados, de tempos de um passado tão distante que já não pertencem mais a mim. Permaneço assim, imóvel, observando através da transparência, buscando proteção nos milímetros que me separam da fugacidade do que está além.
A travessia entre o cá e o lá pode ser mínima, mas a dor do ato é imensa. É preciso coragem para assumir a própria transitoriedade, a sua pequenez diante da aquarela que te prende e te apaga, do seu tudo que lá não é nada. O que persiste é apenas o movimento que te leva e descolore ... a janela distante se fecha e quando volta a abrir revela uma nova paisagem da qual já não faço mais parte.
4 comentários:
inquietante. e eu na aqui, na imobilidade dos meus comentarios previseis como a sinaleira que vai do verde para o amarelo e do amarelo para o vermelho, compartilhando cada virgula das tuas sentencas, sentenciadas. Eu, re, com cara de vitma de um tempo passado, dos sonhos adiados e de um futuro inquientante. sim, de novo. culpa tua que me inquietas..
Porra...acordaram inspiradas hein! Vou fazer um texto sobre portas...discriminação com as portas. Melhor! Um versinho!
Porta
Porta que deixa entrar
Porta que deixa sair
Porta que bate com o vento
Porta que se abre pra tí
Porta, portinha, portão
Porta de um casarão
Porta de uma casinha
Porta do meu coração
Entrem, saiam, passem
Mas nunca me deixem parada
Porta que nasce da árvore
Nasce para ser usada
Verso de porta acabei
Se ficou bom eu não sei
Ao menos no blog da minha amiga
Entrei, lí e postei.
Estantes entulhadas de tudo que não sei... pq isso é ão real? Pq qto mais a gnt tenta aprender, mais a gnt esquece. É mta informação para um corpo só, e todo mundo sabe, mas mesmo assim a gnt se cobra tanto.
é bichinho... os períodos de transição, e esta vida adulta estão aí para nos fazer pensar.. talvez, uma mudança de ares faria tudo diferente e te faria bem. Mas como tu dizes é preciso coragem, vai e enfrenta. Teus amigos estão sempre aqui!
Bjo, bj!
vim desejar otimo dia
bjs
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