Naquela tarde a menina reapareceu e irrompeu pelos longos corredores com o ímpeto reservado apenas às almas ingênuas. Suas pequenas pernas eram tão ágeis quanto imperceptíveis, suas traças eram de um castanho vivo e seus lábios sorriam suavemente enquanto aguardava o momento exato.
Consigo a pequena trazia apenas um vestido, uma peça de tecido simples que outrora usara, mas que, naquele momento, precisava entregar a alguém.
Assim que o fez ela se foi, seus olhos luminosos deixaram para trás somente o silêncio e um aparente vazio. Atrás dela alguns rostos familiares sentiam a dor furiosa da impotência humana perante a suavidade e leveza do eterno adeus.
Às 16:15 daquela tarde ensolarada duas meninas partiram rumo ao invisível usando seus velhos vestidos, suas mãos estavam dadas e seus rostos transpareciam uma felicidade típica dos reencontros.
Na tarde seguinte começou a chover ... na casa de minha avó tudo que encontrei foi ausência e uma fotografia de uma menina com um vestido ...
Um comentário:
despedidas sempre são tristes, mas nem sempre poéticas como a da tua escrita, rs
bons dias
Postar um comentário